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Sala de Jantar

As minhas receitas, as receitas de outros e umas deambulações pela gastronomia. Sabores com memória, sabores para partilhar.

Sala de Jantar

As minhas receitas, as receitas de outros e umas deambulações pela gastronomia. Sabores com memória, sabores para partilhar.

Vinaigrettes

Maurício Barra, 31.07.11

 

 

 

 VINAIGRETTES

Os molhos para salada são terreno próprio para a criatividade. De cada vez que se faz um, altera-se qualquer coisa que naquele momento faz sentido. Como sou fã de entradas com salada - têm a virtude de, sem tirarem o apetite,  prepararem o estômago para uma boa digestão - , faço vinaigrettes a torto e direito. Claro que tenho algumas que prefiro e outras que são base para futuras alterações. É destas últimas que vos apresento três sugestões. 
VINAIGRETTE CÉSAR

Ingredientes:
gemas de ovo
dentes de alho
óleo de milho
vinagre de cidra
alcaparras
croutons
bacon cortado aos pequenos quadrados
queijo da ilha ralado ( opcional )
Separar as gemas dos ovos e bater com a varinha. Esmague os dentes de alho, junte-os às gemas e misture bem. De seguida junte o óleo de milho ( pode utilizar outro que aprecie mais; azeite é que não ) lentamente, mexendo sempre até a mistura ficar espessa. Adicione as alcaparras e a quantidade de vinagre de cidra que considere adequado ao seu gosto, emulsionando sempre.
Sirva com croutons de pão e o bacon frito aos quadradinhos. Opcinalmente pode adicionar queijo da ilha ralado.

 VINAIGRETTE BALSÂMICA

Ingredientes:
óleo de milho
vinagre balsâmico
dentes de alho esmagados
mostarda 
folhas de basílico picadas
sal e pimenta preta
Juntar todos os ingredientes e misturar bem. Levar ao frigorífico pelos menos quatro horas antes de servir.

VINAIGRETTE COM MEL E MOSTARDA DE DIJON

Ingredientes:
azeite
vinagre de vinho
mostarda da Dijon
mel
molho Worcestershire
salsa
sal
molho Tabasco
Misturar bem todos os ingredientes e deixar repousar no frigorífico pelo menos uma hora antes 

 

Uma lista destas não se perde

Maurício Barra, 24.07.11

 

 

 

UMA LISTA DESTAS NÃO SE PERDE

 

No seu blog "Duas ou Três Coisas", o embaixador português em França, Francisco Seixas da Costa, reconhecidamente um bom gourmet, publicou a lista dos resturantes que prefere quando está de viligiatura no Minho. É esse texto que, com a devida vénia, edito abaixo.

 

« De alguns amigos, recebi um pedido. Assim, aqui vai o meu guia pessoal de restaurantes do Minho, por onde ando de férias, nesta altura. Depois, ninguém se queixe de excesso de peso que isso venha a provocar. Sei do que falo.

Comecemos por onde se deve. Perto de Guimarães, em Moreira de Cónegos, está um dos melhores restaurantes do país, o São Gião. Não o conhecer é uma lacuna imperdoável*.

Desçamos então o Minho, de Melgaço até à Póvoa de Varzim.

Logo em Melgaço, ir ao Panorama, sobre o mercado, é uma excelente opção, como o é a Adega do Sossego, no Peso. Não me sinto tentado a parar em Monção (o Mané já teve tempos bem melhores, embora me digam que devo experimentar o Galiza Mail'o Minho e o Sete à Sete), nem em Valença (onde o outrora interessante Monte de Faro desapareceu. Perto, contudo, falam-me muito bem da Quinta do Prazo, que ainda não conheço).

Já em Caminha, pode fazer confiança na heterodoxia do Amândio (estive lá anteonteom, com gosto) ou no Duque de Caminha, ambos na velha rua Direita, até ao fim desta semana ocupada pela feira medieval.  Mas longe vão os tempos do bacalhau do Chico, na estrada velha para o Moledo, ou do requinte do Napoléon, ainda antes da ponte. Já para não falar da saudade imensa da classissíma Pensão Rio Coura, para os lados da estação.

Uns poucos quilómetros depois, vá, com toda a segurança, ao Ancoradouro, no Modelo, com grandes grelhados, de peixe e carne. O Alfredo dir-lhe-á o que há de melhor, como me aconteceu no domingo.

Logo se seguida, em Vila Praia de Âncora, a Tasca do Ibrahim dá-lhe belo peixe e o despretencioso Coral, do sorridente José, tem algum marisco e muito boas outras coisas do mar. Ainda não fui ao Dona Belinha, no Hotel Meira, esperando que possa estar à altura da restauração de qualidade a que este hotel nos habituou (na sua encarnação de há muitos anos).

A caminho de Viana, e ainda para bom peixe, tem um pouso forte e seguro na Mariana, em Afife.

Viana do Castelo nunca foi uma "meca" gastronómica, mesmo no tempo (há muito ido) do bacalhau da Margarida da Praça, dos mariscos da Zefa Carqueija, da graça do Raio Verde ou da novidade que foi o Luziamar. Em tempos, comeu-se bem no Viana-Mar, como também aconteceu no início do Alambique, que tem a mesma origem. Mais tarde, o restaurante da Melo e Alvim teve um merecido nome. E tenho grandes saudades da Pensão Freitas, do Sport e dos anos logo pós-abertura do Costa Verde. O Três Potes, sem nunca deslumbrar, já teve muito melhores dias, o Cozinha das Malheiras ainda vai tendo alguns, o Maria de Perre parece que perdeu garra. Onde se come, então, em Viana? Na cidade, o Casa d'Armas é de confiança, o Laranjeira, num registo mais simples, é recomendável e a Tasca do Valentim, agora com uma extensão para o campo da Senhora da Agonia, tem, quase sempre, um peixe soberbo. Fora da urbe, a caminho de Ponte de Lima, aconselha-se muito o Camelo, em Santa Marta de Portuzelo.

Mais para sul, abaixo de Esposende, encontrará uma expressão marítima deste último restaurante, no sempre fiável Camelo da Apúlia. Num ambiente curioso de velha pensão, a Rita Fangueira, em Fão, continua, há muitos anos, a ser uma opção curiosa.

À entrada da Póvoa de Varzim, um bizarro barco acolhe o Marinheiro, onde nunca tive uma má experiência. Dentro do casino na cidade, com sofisticação, come-se muito bem no Egoísta. Mas já é memória o antigo Costa. Se quiser ia a Vila do Conde, encontrará um bom poiso no nunca desmerecido Ramón (mas será que ainda estamos no Minho?).

 

Vamos agora avançar para o interior.

A caminho de Barcelos, na Pedra Furada, a Maria é um clássico sempre seguro, com uma garrafeira notável. O mesmo se diga para a Bagoeira, no centro de Barcelos, onde só não aconselho visitas nos movimentados fins-de-semana de verão. Um pouco mais a sul, perto de Santo Tirso, vale a pena passar por Rebordões e visitar o Cá-te-espero. Comida simples, mas de grande qualidade. Seguindo para Vila Nova de Famalicão, uma terra ainda não refeita da saudade do Íris, vá ao histórico Tanoeiro ou, num registo bem mais popular, à vizinha Sara Barracoa. Também me dizem bem do Ferrugem. Lá irei um dia.

Guimarães não tem hoje grandes notas, mas não se come mal no moderno PapaBoa, perto da universidade. No Nora do Zé da Curva já tive boas e más experiências. Mas, se está por aqui, lembre-se do início deste texto e aproveite para ir ao S. Gião.

E chegamos a Braga, onde as coisas mudaram muito, desde o tempo dos desaparecidos e saudosos Narcisa e Abade de Priscos. Hoje, o Arcoense é um local magnífico, tal como o Expositor, este num estilo bem diverso. O Inácio e o Cruz Sobral continuam a ser dois clássicos de confiança. Falaram-me bem da Casa da Artes, mas nunca por lá passei.

Em Ponte de Lima, uma bela vila que teima em não querer ser cidade, a escolha é grande. Com tempo, descubra nos arredores (porque dá algum trabalho, no caminho para a Madalena) o extraordinário Bocados (jantei lá ontem, de forma soberba!), pode ir à confiança à Carvalheira, em Arcozelo (do outro lado da ponte), o belo Açude, sobre o rio, não desilude e, para o sarrabulho, tem sempre os dois vizinhos concorrentes, o Manuel Padeiro e a Encanada. O clássico Gaio também permanece em forma, tendo mudado de geografia. Mas eu ainda tenho saudades das portas de vai-e-vem da Clara Penha (quem se lembra?).

Que resta ainda do Minho?

Quem vai na estrada de Braga em direção a Chaves, no lado contrário a Póvoa do Lanhoso, encontrará o Victor, em S. João do Rei, com o seu famoso bacalhau. Mais a ocidente, na estrada que sai de Amares (onde o Milho Rei decaiu) para o Gerês (onde não se come!), é famoso o restaurante da Pousada, em Santa Maria do Bouro, com a sua mesa de doçarias (perto, havia o velho e imenso Abadia, mas perdi-lhe o rasto, há uns bons anos). Em Terras de Bouro, o Abocanhado é uma excelente opção, como o é o Torres, numa periferia de Vila Verde.

Lembremos ainda o Conselheiro, em Paredes de Coura, onde a clássica Miquelina já está longe de ser o que era. E também o já antigo Bar do Rio, em Ponte da Barca, onde me falam de um novo Casa Real Fonte Velha, que ainda não conheço. Mais acima, nos Arcos de Valdevez, costumo visitar, com agrado, o Grill Costa do Vez, mas dizem-me que também se come bem no Matadouro. Em direção ao norte, no Soajo, o Espigueiro costuma ser de confiança.

É tudo quanto a minha experiência de restauração no Minho me leva a notar, complementado por apontamentos de "informadores". Não excluo que possa estar a ser injusto para algumas casas, por omissão, exigência ou mero arbítrio. Mas este é o risco de quem tem opiniões.»

In Duas ou Três Coisas 

Coca Cola

Maurício Barra, 15.07.11

 

( * ) A história da Coca-Cola inicia-se com a chegada do farmacêutico John Pemberton à cidade de Atlanta nos Estados Unidos, logo após a Guerra Civil americana. O mesmo havia acabado de participar da guerra e estava disposto a mudar de vida, em busca de uma nova clientela que comprassem suas ideias e medicamentos. Por não ter, nenhuma habilidade em vendas, sempre fracassou em suas criações, até conhecer o vendedor Frank Robinson, que acaba tornando-se seu sócio.
1884 – Foi lançada a bebida alcoólica chamada “Pemberton's French Wine Coca”, anunciada como uma bebida intelectual, vigorante do cérebro e tônica para os nervos, sendo, inicialmente uma mistura de folhas de coca, grãos de nós de cola e álcool.
1886 – O puritanismo religioso estava em alta e havia  um forte movimento antiálcool. Nenhuma mulher ou homem decente poderia ser visto em lugares que fornecessem esse tipo de bebida. Neste mesmo ano, todos os estabelecimentos que vendiam álcool foram fechados e Pemberton e Robinson se viram na procura por outro produto que lhes rendessem dinheiro.
Naquela época existiam os chamados “Pontos de Vendas”, lugares aonde pessoas iam após as compras, para se reunir e tomar sorvetes e xaropes misturados com água carbonada nos mais diferentes sabores, e que possivelmente acabaram dando idéias para a produção de um novo produto.
Tentando encaixar-se neste novo padrão, Pemberton passou meses no porão de sua casa em Atlanta, adicionando ingredientes à água carbonada para fazer um xarope, mandando amostras para a “Jacob’s Pharmacy”, para testar a opinião dos clientes.
No dia 8 de maio era vendida a primeira bebida conhecida atualmente como Coca-Cola, nome posteriormente dado por Frank Robinson, que utilizou a sua própria caligrafia para fazer o logotipo. O produto era um xarope com água carbonada, servidos em copos de vidro e misturados na hora de servir.

Feijão Branco com Lulas e Ameijoas

Maurício Barra, 04.07.11

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FEIJÃO BRANCO COM AMEIJOAS E LULAS.
Autor : Bruno Oteiza

Ingredientes :
feijão branco
ameijoas
lulas pequenas
cebola, alho
alho francês
vinho branco
caldo de peixe
água
azeite
sal
salsa picada

Confecção :
Ponha o feijão de molho na véspera.
Coza-o em água abundante temperada com o alho francês, a cebola, ambos cortados, duas colheres de azeite e um pouco de sal. Deixar cozer, sem desfazer.
Pique o alho e leve-a a fritar em azeite numa frigideira. Junte cebola picada. Adicione as lulas cortadas e polveie com a salsa picada. Introduza as ameijoas, o vinho branco e a caldo de peixe. Quando as ameijoas se abrirem, junte o feijão branco com um pouco do seu caldo. Misture bem e deixe cozinhar mais dez minutos.
Sirva em prato fundo.