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Sala de Jantar

As minhas receitas, as receitas de outros e umas deambulações pela gastronomia. Sabores com memória, sabores para partilhar.

Sala de Jantar

As minhas receitas, as receitas de outros e umas deambulações pela gastronomia. Sabores com memória, sabores para partilhar.

Sumo de Melancia e Limão

Maurício Barra, 29.06.13

 

 

200g de melancia

1 maçã com casca

SuMo de 1 limão

 

Bata todos os ingredientes no liquidificador, tome logo em seguida.

Sumo de melancia e limão, além de ser extremamente delicioso, é um excelente diurético, antioxidante, digestivo. Ainda contribui para inibir a fome e manter a saciedade por mais tempo.

Sumo Detox

Maurício Barra, 29.06.13

 

 

1 maçã

½ cenoura ralada

1 fatia de abacaxi

1 fatia de limão sem casaca

1 fatia grossa de pepino

1 fatia grossa de beterraba

¼ de aipo

1 ramo de brócolos

1 colher de chá de mel

Bata tudo no liquidificador.

Beba imediatamente depois de feito.

Sumo Detox é bom  para acelerar a perda de peso,  limpar o organismo de toxinas, promove melhor funcionamento do intestino, acelera o metabolismo e impede o corpo de acumular gorduras.

Esta é boa !

Maurício Barra, 18.06.13

 

 

" A partir de agora basta usar o polegar para fazer a rolha de cortiça saltar de uma garrafa de vinho. A Helix, a solução inovadora criada pela Corticeira Amorim e pela norte-americana O-I, hoje apresentada ao mercado na Vinexpo, a maior feira de vinhos do mundo, promete revolucionar o mundo das rolhas e das embalagens de vidro combinando uma rolha de cortiça ergonomicamente desenvolvida e uma garrafa de vidro com uma rosca interior no gargalo.

Tudo isto, sem perder a sonoridade característica associada à abertura de uma garrafa de vinho.

Para garantir a performance desta solução técnica e a possibilidade da sua utilização sem grandes investimentos por parte das caves produtoras de vinhos, as duas empresas trabalharam em parceria durante quatro anos.

Sem divulgar o investimento em causa, a Corticeira Amorim admite que o projecto absorveu "parte substancial" da verba de cinco a seis milhões de euros canalizada anualmente para a sua área de investigação e desenvolvimento.

Destinada a vinhos de consumo rápido, com preços de venda ao público entre os cinco e os dez euros, a Hélix foi testada por uma dezena de caves de três países com boa receptividade, diz a Corticeira."

in Expresso

O Fialho de Évora

Maurício Barra, 15.06.13

 

 

O recente passamento de Gabriel Fialho, dos três irmãos o que oficiava nos tachos, causa tristeza a quem teve ( e tem ) como referência este templo da gastronomia alentejana no secular burgo eborense. O Fialho, depois de conquistar a freguesia vizinha, foi o farol de Évora que alumiou um caminho de devoção a forasteiros que, logo na primeira visita, se deliciavam deslumbrados com uma mesa de alto gabarito.

Hoje o Fialho não está sozinho. Há o Luar de Janeiro, a Tasquinha do Oliveira, o Quarta-Feira, entre outros, só para falar nos mais conhecidos dentro do casco histórico da cidade. Mas o Fialho continuou sempre a ser o Fialho, incontornável e, sobretudo, a fasquia que media a qualidade das alternativas. Todos beneficiaram. Hoje Évora é um destino de referência gastronómico, um porto acolhedor que nunca desilude. 

Em homenagem a Gabriel Fialho, deixo-vos com três receitas que faziam ( fazem ) parte do cardápio do restaurante. Receitas com alma alentejana: de serem tão singelas são tão perfeitas. 

 

 

 

 

PEZINHOS DE PORCO DE COENTRADA

 

1º Numa panela junte os pezinhos, a cebola cortada em metades com a casca e os cravinhos. Leve ao lume e deixe cozinhar durante uma hora até ficar perfeitamente cozido.

2º Num tacho leve ao lume o azeite e o alho picado. Adicione os pezinhos embocados ou desossados e deixe cozinhar durante 3 minutos. Numa chávena, misture o vinagre com a farinha.

3º Junte o preparado da chávena ao tacho com o azeite mexendo vigorosamente. Adicione os coentros por inteiro.

4º Junte as gemas batidas e mexa rapidamente. Sirva de imediato.

 

 

 

 

 

ARROZ DE POMBO COM HORTELÃ

 

Este prato tradicional é uma das muitas expressões da gastronomia alentejana, tendo sido concorrente às 7 maravilhas da gastronomia portuguesa, na categoria de caça.

 

Ingredientes:

2 colheres (sopa) de banha

2 colheres (sopa) de vinho branco

2 folhas de louro

4 colheres (sopa) de azeite

4 pombos bravos

400 g de arroz

hortelã q.b.

sal e pimenta q.b.

 

Confecção:

Estufe os pombos no azeite, juntamente com a banha e o louro. Tempere com sal e pimenta a gosto.

 

Quando os pombos começarem a ficar tenros, regue-os com o vinho branco, deixando-os cozer bem e apurar. Se necessário, junte um pouco de água.

Quando estiverem cozinhados, retire os pombos do molho e adicione água para cozer o arroz (na proporção de três vezes a quantidade de arroz).

Deixe levantar fervura, rectifique os temperos e junte o arroz, deixando-o cozer.

Quando o arroz estiver quase cozido, envolva os pombos cortados em quartos.

 

Sirva decorado com pés de hortelã.

 

 

 

 

 

foto The CookieShop

 

TECOLAMECO

 

Ingredientes

500g de açúcar

250g de miolo de amêndoa (retire a pele e moa no processador, ou use farinha de amêndoas)

25g de manteiga

10g de banha ou margarina de boa qualidade (usei manteiga)

10 gemas de ovo

2 ovos inteiros

3 dl/ 300ml de água

1 pau de canela

canela em pó

 

Preparação

Leve o açúcar e a água ao lume com o pau de canela e faça ponto de pérola.

Retire e junte a amêndoa (pelada e moída), a manteiga e a banha (gordura de porco) ou margarina. Leve de novo ao lume e deixe engrossar.

Deixe arrefecer e misture os ovos e as gemas (cuidado deve estar sob o frio para as gemas não cozerem) juntar uma pitada de canela a gosto.

Depois de muito bem misturado coloque numa forma de aro muito bem untada e forrada com papel vegetal também untado. Leve ao forno 180 mais ou menos 40 minutos, faça o teste do palito. Depois de desenformado (deve ficar invertida, o fundo do bolo é a parte de cima, como um pudim)  pinte com calda de açúcar (apenas polvilhei açúcar de confeiteiro) e enfeite com uma flor.

 

( receita obtida in The Cookie Shop )






 

 

 

 

Tarte Tatin

Maurício Barra, 08.06.13

 

 

TARTE TATIN

 

A propósito da solicitação de uma amiga, trago-vos hoje a incontornável Tarte Tatin. Nunca a fiz, mas já vi fazer, o que me motivou efectuar uma pequena pesquisa sobre esta sobremesa muito fácil de confeccionar.

Essa fabulosa torta de maçãs caramelizadas foi desenvolvida pela primeira vez por Stéphanie Tatin no Hotel Tatin no Vale do Loire, França, há mais de 100 anos.

Ainda hoje a Tarte Tatin é uma sobremesa muito apreciada e servida na grande maioria dos restaurantes e confeitarias do mundo todo, e por trás dessa receita existe uma lenda engraçada sobre erros e acertos.

Após a morte de Jean Tatin, a direcção do Hotel Tatin passou para a mão de suas duas filhas - Caroline e Stéphanie ( o Hotel ainda existe com o nome de “Hotel Restaurant Tatin”. Enquanto Caroline era uma excelente administradora, Stéphanie era uma óptima cozinheira. . Um dia estava a  fazer uma tradicional torta de maçã , mas deixou cozinhar as maçãs na manteiga e açúcar por muito tempo. Sentindo o cheiro a queimado, tentou salvar o prato, colocando a base de massa por cima da frigideira onde estava a caramelizar as maçãs, uma forma rápida de terminar a confecção, colocando depois a frigideira no forno até alourar a massa. O resultado final deixou seus clientes admirados, e assim, a partir de um erro foi criada umas das tortas mais famosas do mundo.

A Tarte tornou-se um prato da assinatura no Hotel Tatin e a receita espalhou-se pela região de Sologne. Sua fama persistiu provavelmente devido ao restaurateur Louis Vaudable, que provou a torta numa visita a Sologne e colocou esta sobremesa na ementa fixa do seu restaurante Paris Maxim .

Lendas à parte, a autêntica Tarte Tatin é uma torta muito especial, pois sua preparação inicia-se com a caramelização das maçãs numa mistura aromática de açúcar, manteiga e baunilha. Após esse processo, as maçãs já caramelizadas são cobertas com massa folhada e a torta é levada ao forno. Assim que a massa estiver dourada, a torta é invertida sobre um prato e pode ser servida. Apesar de encontrarmos muitas variações da Tarte Tatin, a única maneira correcta de conseguirmos um sabor acentuado de maçãs caramelizadas é cozinhar juntamente as maçãs com os outros ingredientes, evitando qualquer atalho, como, por exemplo, adicionar as maçãs a um caramelo previamente preparado.

Ao cozinharmos as maçãs na mistura de açúcar e manteiga, as maçãs liberam seu suco, aromatizando a mistura, retardando o processo de caramelização e fornecendo assim um caramelo mais cremoso e maçãs cozidas na textura correta. Em adição, a pectina das maçãs também é responsável pela textura cremosa do caramelo.

Tartes semelhantes podem ser preparadas com outras frutas, como pêras, pêssegos frescos e até mangas, porém não podemos nomear essas variações de Tarte Tatin, mas sim de tortas preparadas ao estilo da Tarte Tatin.

A Tarte Tatin pode ser servida acompanhada de Chantilly ou, quando morna, com gelado de natas ou baunilha.

 

TARTE TATIN

 

Ingredientes

10 maçãs pequenas (para uma forma de 24 cm e 5 cm de profundidade)

125 g de açúcar refinado

125 g de manteiga sem sal

1 haste de baunilha ( ou essência de baunilha )

1 limão

1 massa folhada (um pouco maior que o diâmetro da forma)

 

Preparação:

Descasque as maçãs, corte-as ao meio no sentido da altura e retire as sementes. Reserve-as em água com um pouco de sumo de limão para evitar que oxidem.

Coloque a manteiga numa frigideira funda que possa ir ao forno.

Derreta a manteiga em fogo médio e polvilhe todo o açúcar sobre ela.

Abra a fava de baunilha, retire o conteúdo com a ponta da faca e adicione-o à mistura de açúcar e manteiga. Coloque a fava de baunilha aberta no fundo da forma.

Coloque todas as maçãs sobre essa mistura. Lembre-se que a parte de baixo será a superfície da torta no momento da apresentação.

Cozinhe as maçãs, em fogo médio, sacudindo a frigideira de vez em quando por aproximadamente 30 minutos, ou até obter um caramelo cremoso e dourado.

Retire do forno e deixe descansar por alguns minutos.

Coloque a massa folhada por cima, fechando bem nos bordos

Quando a massa estiver alourada, coloque um prato na superfície da forma e inverta a torta rapidamente.

Sirva simples ou com chantilly ou ainda com um gelado da sua preferência.

In Blog do Bergamo

Coelho Frito da D.Cândida da Peninha

Maurício Barra, 01.06.13

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Luís Pontes, a cujo blog Outra Comidas sou devotado, escreveu  sobre um coelho, mais apropriadamnete o Coelho da D. Cândida, que, com o marido, durante muitos anos foram os “caseiros” da Peninha, hoje em mãos universitárias coimbrãs. Sendo assunto “ à porta da minha casa “, peço indulgência ao autor para aqui reproduzir a sua descrição da receita, como forma de a preservar para futura memória destas aldeias ocidentais do Monte da Lua.

 

COELHO FRITO da D.CÂNDIDA DA PENINHA

 

« Por muitos anos foi visita assídua, quase uma peregrinação que se cumpria com alegria e gula, ao último morro da Serra de Sintra antes desta mergulhar no mar, no Cabo da Roca, a Peninha, com a sua capela algo sinistra cheia de ex-votos de cera amarelada pelo passar dos anos e o palácio do Monteiro, o mesmo da Regaleira, que ficou inacabado no início do sec. XX e que acabou vagamente administrado por uma fundação coimbrã, que, diga-se, não parecia ter grande vocação para administração de património.

Estas visitas não eram, no entanto, motivadas por qualquer devoção à Senhora do local ou ao palacete romântico arruinado, mas sim pelo queijo e pela amizade que o tempo e circunstâncias peculiares cimentaram com D. Cândida e o seu marido Silvino, guardas do palacete e residentes nuns casebres no sopé do enorme penhasco de granito encimado pelo palácio, seria talvez mais próprio chamar-lhes eremitas, tal era a dureza da vida que ali se levava, só eles, o vento, o nevoeiro, os cães e o rebanho de cabras, como se o tempo tivesse sido ali misteriosamente suspenso uns séculos antes.

A D. Cândida fazia os melhores queijos que alguma vez comi e, desses tempos bons, dessas conversas, dessa amizade, dessas vidas suspensas, ficaram um sem fim de recordações e histórias, umas contadas, outras vividas, às vezes à volta de um petisco que ali se armava, uns queijos, vinho, uns torresmos, o bom pão da Azóia e, por vezes, um mítico coelho frito, caçado ali na serra pelo Silvino e transformado num sabor único que eu tento emular agora, mais de vinte anos passados sobre a partida do casal, finalmente vencidos pelos anos, pela doença e pela solidão.

Os mitos são cruéis e invencíveis e claro que eu nunca consegui igualar o coelho frito da D. Cândida. Tento fazê-lo agora como ela fazia, e apesar de ficar sempre algo abaixo da recordação, é um prato, ou um petisco muito, mas mesmo muito bom.

 

Ingredientes:

Coelho

Banha

Alhos (uma cabeça)

Louro

Sal e pimenta

Vinho branco

Coentros ou salsa

 

Preparação:

Parta o coelho em pedaços não muito pequenos, salpique apenas com sal e deixe tomar sabor por uma ou duas horas, após o que o frita na banha com lume enérgico, sem qualquer tempero, até que se apresente bem tostado por todos os lados. Junte então os alhos esmagados, louro e pimenta, frite um pouco e molhe com um gole de vinho branco.

A partir de agora, o coelho frito vai decorrendo neste ciclo: um pouco de vinho para desglaçar os caramelos que se formam quando os aquosos se esgotam, mais vinho de novo quando preciso, pouco de cada vez para que o sabor se acentue sempre.

Cerca de quarenta minutos depois (uma hora se for coelho bravo), junte uma última vez o vinho e desta vez, também um punhado de coentros ou salsa, picados. Pessoalmente, gosto mais dos coentros, se bem que D. Cândida usasse quase sempre salsa, que os coentros eram uma raridade na serra, naqueles anos.

Dê mais uma volta rápida e está pronto para ser servido como refeição.

Ou deixe arrefecer e coma frio, como petisco, nos dias seguintes.»

(*) texto, receita e fotografias de Luís Pontes in Outras Comidas